Saturday, August 19, 2006

HARUM - Metal Algarvio (1989)

O texto que vou publicar foi retirado quase na sua totalidade da biografia que a banda me enviou, sei que a história desta banda não ficou por aqui no entanto neste momento não tenho muito mais informações para vos dar mas logo que tenha publico-as.
Tudo começou em meados de Outubro de 1989 com apenas dois elementos, Gualter Fernandes (guitarra solo) e João Mendes (baixo), vindo-se a juntar mais tarde o João Belo (guitarra ritmo), inicialmente convidado para vocalista, proposta essa imediatamente recusada. Com a ajuda de Rui Ponte nas vozes, começaram a compor os primeiros temas da banda, entre os quais se destaca o já famoso “Cemitérios”.
Depois de vários meses de procura lá encontraram um baterista, o Luís, mais conhecido por “Frick”; tocou com a banda durante algum tempo, mas como os ensaios eram ao domingo, às três da tarde, o “Frick” depressa se fartou, pois segundo ele os ensaios eram muito cedo...Tinham sempre de o ir levantar à cama.
Depois de um disparatado entra e sai de bateristas, lá encontram o “Zé”, José Augusto (um excelente baterista). Nessa altura a banda era composta por: Rui Pontes (Voz); Gualter Fernandes (Guitarra solo); João Belo (Guitarra ritmo); João Mendes (Baixo) e José Augusto (Bateria).
Este era o line-up dos HARUM, em princípios de 1990. Tudo parecia correr bem, mas foi sol de pouca dura, pois o Rui resolveu sair assumindo as funções de técnico de som da banda; para o seu lugar entra o Cesário Gadelha.
A primeira actuação acontece a 2 de Junho de 1990 no Barracão, como banda suporte dos ENIGMA, banda da Fuseta. Espectáculo este que o público curtiu bastante.
Depois de alguns espectáculos dados, resolveram gravar aquela que seria a primeira maquete intitulada “Born In Hell”, contendo dez temas, entre os quais se destacam o “Intro”, o speedado “Massacre On Earth”, “Prophecy”, “What Is Going On”, a balada “Endless War” entre outros. O seu lançamento ocorreu em 31 de Outubro de 1990 no “Morbidus Bar” em Faro. Possuindo uma qualidade sonora muito má as vendas não ultrapassaram algumas dezenas de exemplares, o que apesar de tudo não foi mau de todo.
Com alguns meses de inactividade em cima, pois haviam sido expulsos do antigo local de ensaios ("Associação Filarmónica de Faro") resolveram bater à porta da Associação Recreativa e Cultural dos Músicos de Faro. Negócio feito e mediante pagamento de uma quota mensal ficaram na associação, que na altura se encontrava em obras de remodelação. Como ainda não podiam ensaiar resolveram meter mão à obra e montar aquele que seria o espectáculo mais completo dos HARUM e um dos mais badalados por uma banda Farense. Intitulado “Mosh In Hell” este espectáculo contava com um cenário apetrechado de alguns caixões, cruzes, uma lápide com cerca de dois metros e meio de altura, um espectacular jogo de luzes e ainda um público que vibrou bastante apesar do mau tempo que se fazia sentir lá fora.
Com os olhos postos sobre “Mosh In Hell” foi realizado um vídeo com a ajuda preciosa de Jorge Belo, que aliás sempre os ajudou bastante, contendo o tema “Cemitérios” e mais dois inéditos, “Metal Boys” e “Self Destruction”. Por sua vez estes três temas foram os que enviaram para os concursos de música moderna da Câmara Municipal de Lisboa e da Câmara Municipal de Loures. Não sendo apurados para o concurso de Loures e ao saberem do apuramento para o de Lisboa começaram a ensaiar afincadamente os cinco temas que iriam apresentar no Johnny Guitar na sétima sessão a 4 de Maio de 1991: “Metal Boys”, “What Is Going On”, “Cemitérios”, Sacrifice Of Gods” e “Self Destruction”.
Entretanto e enquanto o dia 4 de Maio não chegava, deram alguns concertos entre os quais se destaca a primeira parte do espectáculo dos PESTE E SIDA em Faro, com cerca de 3300 pessoas a 19 de Abril, e em Loulé na semana seguinte com os CENSURADOS.
Depois de um concerto de fim de aulas no “Waterfront” veio o “Festival Rock na RAF”, um espectáculo de beneficiência para a Associação Recreativa e Cultural dos músicos de Faro, onde participaram várias bandas da cidade de Faro.
Ao terem conhecimento da realização de um concurso de música moderna em Alcobaça mais precisamente no bar “Bem” resolveram enviar a maquete, assim como para o concurso de música moderna “Som do Arco” em Guimarães, sendo em ambos os dois o apuramento concretizado.
Depois de um atribulado espectáculo em Quarteira partiram para Alcobaça. Com um público espectacular e um espectáculo à altura conseguiram ser apurados para as semi finais do dia 10 de Agosto de 1991. A mesma sorte não tiveram em Guimarães apesar do belo espectáculo que deram ao qual o público não ficou indiferente, não conseguiram passar às finais por perderem com uma banda de Guimarães por apenas dois pontos.
Voltaram a Alcobaça para as semi finais com um elemento a menos, o João belo, mas mesmo sem guitarra ritmo lá foram para disputar os dois primeiros lugares que davam acesso à final. Correu tudo bem e apesar de não terem conseguido chegar à final ficaram em terceiro lugar na geral sendo a primeira banda de metal.
Algumas semanas mais tarde partiram para Silves para um concerto com os PROCYON.
Depois de Silves começaram a compor novos temas a fim de gravar a segunda demo tape.
A 12 de Outubro actuaram no “Jet Bar” em Faro, actuação essa que foi transmitida em directo pela “Rádio Clube do Sul” e onde já foram apresentados dois novos temas: “Slave Of My Words” e “Children Of Satan”.
Enquanto algumas fanzines nacionais publicavam artigos sobre os HARUM o tema “Cemitérios” ia mantendo o primeiro lugar do top metal da “Rádio Hertz” em Tomar. Mais um concurso se aproximava, desta vez o “I Concurso de Música Rock” a nível nacional. A fim de apurar a banda que iria representar o distrito de Faro nas semi finais do concurso deslocaram-se a Vila Real de Santo António para apresentar os quatro temas que iriam ser avaliados; “Wrong”, “Self Destruction”, Slave Of My Words” e “Cemitérios II”. Quanto à classificação ficaram em terceiro lugar com menos 5% que a banda vencedora. Já com alguns temas gravados para a demo tape, Alcobaça era o próximo destino a 7 de Dezembro onde iria decorrer um festival de Heavy Metal com os EXOMORTIS e TROPA DE CHOQUE. Com um público bastante vibrante, o que já vinha sendo hábito em Alcobaça, o espectáculo correu bastante bem, sendo “Jack The Ripper” o tema mais ansiado e que veio a culminar com o momento mais alto da noite.
Terminadas as gravações do som de “Ticket To Hell”, a nova demo tape, começaram as misturas de voz nos estúdios da “Rádio Santa Maria”, com o seguinte line-up: Gualter Fernandes (Guitarra solo); João Mendes (Baixo), João Belo (Guitarra ritmo); Cesário Gadelha (Voz) e José Augusto (Bateria).
Acompanhados de José Maria (técnico de palco), Rui ponte (técnico de som), Ferreira, Marco e Luís (seguranças), iniciaram a 25 de Janeiro de 1992 a “Ticket To Hell Tour’92” que contou com as seguintes datas:
25/01/92 – “Clube Intrução e Recreativo Tunense”
14/03/92 – “Bar Roflim”
04/04/92 – “Sport Faro e Benfica” – Faro
01/05/92 – “Festival Metal” – Tunes
16/05/92 – S. Brás de Alportel
20/06/92 – “Blue Moon Bar” – Armação de Pera
07/07/92 – “Jet Bar” – Faro
31/07/92 – “Bar Concerto” – Cabanas de Tavira
19/08/92 – Discoteca “Os Arcos” – Faro
26/08/92 – Faro
12/09/92 – “Bar Roflim”
17/10/92 – “Bar Boémio” – Portimão
21/10/92 – “Johnny guitar” – Lisboa
28/10/92 – “Jet Bar” – Faro
04/11/92 – “Tasca do estudante” – Faro
Ao terem conhecimento de que a editora MTM estava a abrir um concurso para a selecção de bandas com fim à gravação de uma colectânea de metal nacional, resolveram enviar alguns temas da demo tape “Ticket To Hell” para apreciação. Passado cerca de um mês foram contactados pelo Hugo Moutinho da MTM a pedir que enviassem todos os temas da maquete. O próximo contacto feito pela MTM foi para anunciar a inclusão do tema “Ticket To hell” no duplo album “The Birth Of A Tragedy”.
Depois de alguns arranjos feitos no tema, entraram nos estúdios da Diapasão em Faro e com o apoio do técnico da Diapasão, o Sr. Anibal, algumas horas mais tarde estava tudo gravado ficando apenas a faltar as misturas que seriam feitas no dia seguinte. O resultado foi bastante positivo.
Já com alguns temas novos compostos e preparando a nova demo tape para 93 começaram a surgir alguns problemas no seio da formação dos HARUM. Por um lado o Cesário, a voz dos HARUM, ameaçava sair da banda tendo como motivos os problemas que o tinham vindo a atormentar nos últimos meses ou seja problemas de gargante, por outro lado, João Belo, guitarra ritmo, afirmava existirem algumas divergências musicais entre ele e a banda.
A “Ticket To Hell Tour’92” foi prosseguindo até ao dia em que o Cesário anunciava a sua saída definitiva, prontificando-se a assegurar todas as datas marcadas até à entrada do novo vocalista. Duas semanas mais tarde, já decorriam as audições para o novo vocalista, é a vez do João Belo abandonar a banda, perdendo assim os HARUM dois dos seus elementos de raiz.
Decorria o terceiro aniversário dos HARUM, (12/11/92) e estava resolvido o problema do guitarra ritmo pois entrava para a banda o Nuno Fernandes, para a malta o “God”, um velho amigo dos HARUM e um bom apreciador deste estilo musical. Cerca de um mês depois e com mais de uma dezena de audições feitas estava encontrado o novo vocalista, neste caso a nova vocalista, pois é chamava-se Cidália Salvador e já tinha alguma experiência em palcos embora como modelo, tinha uma voz bastante boa, um cabelo espectacular e curtia o bom som metal.
Aproveitando a maré de mudanças os HARUM abandonariam a “Associação Recreativa e Cultural dos Músicos de Faro” e instalaram-se na garagem da casa da Cidália onde preparam as novas actuações bem como os novos temas e o futuro dos HARUM.

HARUM: palavra de origem Árabe que dava nome à cidade de faro no século XIII.
Foto dos HARUM (Esquerda para a direita):Gualter Fernandes (guitarra solo), João Belo (guitarra ritmo), José Augusto (bateria), João Mendes (baixo) e Cesário Gadelha (vocais).

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